Apoiada pelo Anjo Inovador, startup de Toledo desenvolve banheiro sustentável para gatos

A seleção no edital do Governo do Estado abriu portas para o empreendedor, chamando a atenção do seu projeto para outras empresas anjos e permitindo também recursos para investimentos. O produto é um banheiro mais confortável e higiênico para os gatos e que também beneficia os donos.
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15/04/2024 - 14:26
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Dados do Instituto Pet Brasil (IPB) mostram que o mercado pet movimenta anualmente mais de R$ 40 bilhões na economia brasileira. Tendo isso em mente, Carlos Sanchez, veterinário e amante de gatos fundou a Cattus, uma startup de Toledo, no Oeste, dedicada ao desenvolvimento de produtos para os felinos. A empresa foi uma das 68 selecionadas no primeiro edital do programa Paraná Anjo Inovador, promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Inovação, Modernização e Transformação Digital (SEI), para incentivar projetos inovadores.

A seleção no edital abriu portas para o empreendedor, chamando a atenção do seu projeto para outras empresas anjos e permitindo também recursos para investimentos. O produto é um banheiro mais confortável e higiênico para os gatos e que também beneficia os donos.

A ideia surgiu durante a pandemia de Covid-19, quando o veterinário começou a ficar incomodado com o cheiro de urina e fezes de seus gatos. Numa primeira tentativa de resolver o problema ele trocou a areia da caixa por granulado de madeira, o que resolveu o problema do cheiro, mas criou uma complicação: seus gatos ficaram incomodados com a mistura do granulado úmido e seco em um só lugar. 

Assim, Sanchez desenvolveu uma caixa de areia elevada, com peneira e uma gaveta acoplada que separam a areia seca e nova da areia úmida, facilitando a limpeza da caixa e criando um ambiente mais favorável para os animais. Outra característica do banheiro é que ele permite a utilização de "areias vegetais" e granulados de madeira, materiais de fontes renováveis e biodegradáveis, que é uma novidade em relação a outras caixas com gaveta disponíveis no mercado.

“Quando desenvolvi esse projeto eu não estava pensando em criar uma startup, e sim resolver o meu problema com meus gatos, mas aí conversando com alguns colegas, eles viram o potencial do produto e me convenceram a investir na ideia”, conta Sanchez.

Além do Anjo Inovador, a Cattus também ganhou um prêmio em Porto Alegre, no quesito design, no Centelha, programa de fomento a cultura empreendedora e criação de empreendimentos inovadores no Rio Grande do Sul, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Ele fez com que Sanchez iniciasse os trabalhos de prototipagem e testagem do produto. Em seguida, a startup recebeu um convite para se juntar ao ecossistema Biopark, em Toledo.

O empreendimento recebeu um investimento de R$ 1,2 milhão da empresa de usinagem JGS, que integra o ecossistema de inovação do Biopark. Somado ao aporte financeiro do Paraná Anjo Inovador, a Cattus conta com um investimento de R$ 1,5 milhão, permitindo iniciar a produção de moldes do banheiro e entrar no mercado com o produto.

“O Anjo Inovador foi um ponto de virada na vida Cattus, porque sem esse investimento não seria possível firmar a parceria com a JGS e o negócio não iria para frente. E se não fosse pelo Centelha eu não teria sido convidado para o Biopark”, explica Sanchez. "Depois da adesão ao edital foi um efeito cascata de apoio".

Atualmente a startup está na fase de finalização do projeto para começar a produzir os moldes dos banheiros. A previsão é que em quatro meses a Cattus já esteja produzindo as primeiras peças. 

CONCEITO – O empresário de 58 anos trabalha com um conceito de negócio definido por ele como “work money”, que conecta empreendedores de startups com empresários estabelecidos no mercado para parcerias que vão além do investimento financeiro. Foi por meio desta abordagem criada por Sanchez que a Cattus conseguiu o apoio da JGS. 

No work money a ideia é que empresas tradicionais apoiem startups ao fornecerem recursos como espaço físico, insumos, recursos humanos e conhecimento em troca de benefícios específicos, como a participação em ações da startup, acesso a inovações desenvolvidas e potencial para co-criação de produtos e serviços.

“Eu enxerguei o óbvio, que é fazer com que os ‘meninos da tecnologia' conversem com aquele empresário tradicional que tem uma empresa de sucesso, para dizer aquilo que eles precisam, não em um pitch, mas em uma reunião tradicional. Esse empresário vai trazer a experiência, a infraestrutura, a visão de mercado necessária, e isso vai fazer com que essa startup prospere”, diz Sanchez.

ANJO INOVADOR – O Governo do Paraná lançou no ano passado o maior projeto do Brasil de incentivo financeiro destinado às startups. O Paraná Anjo Inovador, promovido pela Secretaria da Inovação, Modernização e Transformação Digital (SEI), destinou na primeira fase R$ 17 milhões de subsídio exclusivo para as empresas paranaenses enquadradas por lei como startups. Ainda no primeiro semestre de 2024, a SEI irá lançar uma nova fase do programa, com um novo edital, contemplando outras empresas. 

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