Paraná dá salto em inovação e pesquisa e sobe no Ranking de Competitividade dos Estados

Estado conquistou a nota 76,9, subindo uma posição em relação ao levantamento anterior e atrás somente do Rio Grande do Sul (1º), Santa Catarina (2º) e São Paulo (3º). Investimentos públicos, apoio à pesquisa e uma rede robusta de universidades e centros de inovação ajudam a explicar o avanço do Paraná nos últimos anos.
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27/08/2025 - 11:30
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O Paraná é o 4º estado mais inovador do País, de acordo com o Ranking de Competitividade dos Estados 2025, divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Centro de Liderança Pública (CLP). Com nota 76,9, o Estado subiu uma posição em relação ao levantamento anterior, ficando atrás somente do Rio Grande do Sul (1º), Santa Catarina (2º) e São Paulo (3º). O pilar inovação possui peso de 6,9% na nota geral do ranking, contribuindo para consolidar o Paraná como o terceiro estado mais competitivo do Brasil.

De acordo com o ranking, a avaliação no pilar inovação envolve a introdução de novas técnicas e métodos que transformam positivamente os processos existentes no interior das empresas, organizações e da sociedade em geral. Na prática, verifica como essas soluções promovem uma melhoria significativa na vida da população em relação ao que era antes praticado.

Para a composição da nota, são levados em consideração os investimentos públicos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), número de patentes, bolsas de mestrado e doutorado, estrutura de apoio à inovação, pesquisa científica, informação e comunicação e empresas de alto crescimento.

Um dos indicadores que mais avançaram no Paraná é o número de bolsas de mestrado e doutorado, que subiu sete posições em relação a 2024, passando de 16º para 9º lugar no ranking nacional. O Estado conta com uma rede robusta de ensino superior, com sete universidades mantidas pelo Governo, além de quatro universidades federais, um instituto federal e várias instituições de ensino superior particulares em diferentes regiões, consolidando o Paraná como um polo de excelência acadêmica e pesquisa científica.

No Sistema Estadual de Ensino Superior estão as universidades estaduais de Ponta Grossa (UEPG), de Maringá (UEM), de Londrina (UEL), do Paraná (Unespar), do Centro-Oeste (Unicentro), do Norte do Paraná (UENP) e do Oeste do Paraná (Unioeste). Proporcionalmente, é o maior número de instituições mantidas por um governo estadual no País.

De acordo com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), são ofertados 208 programas de mestrado nas instituições públicas estaduais, sendo 166 mestrados acadêmicos e 42 profissionais, dentre 60 áreas do conhecimento. Já o número de programas de doutorado ofertados é de 105, com abrangência em 51 áreas do conhecimento.

Também se destaca o indicador de P&D, em 3º lugar no ranking nacional. O Estado conta com o Fundo Paraná de fomento científico e tecnológico, administrado pela Seti. É o principal mecanismo de financiamento para as políticas de inovação, cujo orçamento em 2023 atingiu R$ 517,3 milhões, um aumento de 465% em relação a 2019, quando era de R$ 91,5 milhões. Em 2024, o valor bateu novo recorde com a destinação de R$ 581,6 milhões a projetos estratégicos de ciência, tecnologia e inovação. Para 2025, os aportes devem continuar em alta.

Dentro desse orçamento, o Paraná também incentiva a transformação de pesquisas científicas em novos produtos, serviços e negócios a partir do programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime). Os projetos finalistas da edição 2025 receberão aporte individual de R$ 200 mil do Estado para viabilizar o desenvolvimento e a implementação dos projetos, totalizando R$ 2 milhões.

Outro avanço significativo no pilar de inovação é o de empresas de alto crescimento, que considera o número de unidades locais de empresas de alto crescimento em relação ao total de unidades locais. Neste quesito, o Paraná cresceu três posições.

O Estado conta com quase 500 ambientes de inovação credenciados junto ao Sistema Estadual de Ambientes Promotores de Inovação do Paraná (Separtec) distribuídos por todas as regiões do Paraná. Com o credenciamento, esses locais podem receber o fomento do Estado para o desenvolvimento de projetos de empreendedorismo e inovação.

No total, são 37 Parques Tecnológicos, sendo 10 em operação, 11 em implantação e 16 em planejamento; 53 Incubadoras; 63 Pré-incubadoras; 12 Aceleradoras; 64 Centros de Inovação; 35 Agências de Inovação; 74 Hubs de Inovação; e 54 Espaços Maker.

Para o secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, figurar entre os estados mais inovadores do Brasil reafirma a solidez da política pública voltada à ciência e tecnologia. “O fato de conservarmos uma posição de destaque, ao mesmo tempo em que evoluímos em critérios como investimento em pesquisa e desenvolvimento, expansão do sistema de pós-graduação e fortalecimento do ecossistema de inovação, evidencia que o governo estadual está comprometido em transformar conhecimento em soluções concretas que geram impactos positivos para a sociedade e para a economia paranaense”, afirmou.

INOVAÇÃO NA POLÍTICA – O Paraná também conta com uma pasta dedicada à promoção da inovação. A Secretaria da Inovação e Inteligência Artificial (SEIA) foi criada com o objetivo de reforçar o compromisso do Estado na adoção de tecnologias inovadoras para modernizar serviços, aumentar a eficiência e melhorar a qualidade de vida dos paranaenses.

Além disso, tem papel central na promoção de políticas públicas utilizando a inteligência artificial como impulsionador de resultados, sendo um dos primeiros governos estaduais a criar uma pasta específica para o desenvolvimento do Estado em IA.

Dentre as iniciativas executadas pela Seia estão o Paraná Anjo Inovador, maior programa do Brasil de incentivo financeiro público destinado a startups. Em dois editais, já foram selecionadas 148 startups para receber subvenção econômica de até R$ 250 mil cada para desenvolvimento de projetos, somando mais de R$ 37 milhões em investimentos.

São apoiadas soluções de interesse público alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU). As startups têm um prazo máximo de 24 meses para desenvolvimento do projeto/solução, com liberação do repasse realizado mediante prestação de contas através do plano de trabalho.

O secretário da Inovação e Inteligência Artificial, Alex Canziani, afirma que o Paraná vem consolidando um ecossistema de inovação robusto, conectando universidades, empresas e governo em torno de projetos estratégicos de ciência e tecnologia. “Estamos criando condições para que a pesquisa avance, que as startups tenham apoio para desenvolver soluções e que os jovens estejam preparados para o futuro. Programas voltados à educação tecnológica e à inteligência artificial garantem que o Paraná forme profissionais qualificados e mantenha-se entre os estados que mais investem em inovação no País”, destacou.

RANKING DE COMPETITIVIDADE DOS ESTADOS – O ranking leva em consideração 100 indicadores em eixos estratégicos nas áreas de infraestrutura, sustentabilidade social e ambiental, inovação, capital humano, além da segurança pública, educação, e a eficiência da máquina pública. Ele é realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a consultoria Tendências, a Gove e a Seall.

O Paraná é o terceiro estado mais competitivo do Brasil, segundo o Ranking de Competitividade dos Estados, divulgado nesta quarta-feira (27), com nota 71,6. Esse é o quarto ano consecutivo dessa marca, alcançada em 2022, o que mostra consistência das políticas públicas implementadas nos últimos anos. São Paulo é o primeiro (81) e Santa Catarina o segundo (79,6).

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